Pular para o conteúdo principal

Por que tanto medo em questionar Chico Xavier?


CHICO XAVIER, SEGUNDO SEUS SEGUIDORES E SIMPATIZANTES.

Recentemente, os textos que questionam as irregularidades na trajetória de Francisco Cândido Xavier estão entre os menos lidos na Internet. Pessoas boicotam os textos só de ver os títulos, e correm chorando para sua sessão de rezadeira para se manter na fantasiosa adoração ao "médium", costume que boa parte dos brasileiros têm há pelo menos 40 anos.

Foi aí que foi construída a imagem adocicada do "médium", supostamente associado a virtudes como filantropia, amor, paz, altruísmo, humildade e simplicidade. Foi um discurso tão construído, tão cheio de pontos agradáveis, que Chico Xavier tornou-se um dos poucos brasileiros cuja biografia precisa se manter no reino da fantasia, para deixar as pessoas dormirem tranquilas.

É a típica conversa para boi dormir. Ou melhor, um conto de fadas para gente grande, um reservatório de ilusão na qual usa-se o pretexto do fato de que a humanidade da Terra anda tão sórdida que é preciso recorrer à idolatria religiosa como um analgésico emocional, ainda que sob o preço da adoração a um grave deturpador do Espiritismo no Brasil.

Isso cria um círculo vicioso, no qual as pessoas acabam ficando entorpecidas e manipuladas por sensações de transe emocional, iludidas com os apelos de suposta beleza associados a um ídolo religioso, sobretudo em imagens que mesclam as fotos dele com paisagens floridas e celestiais.

As pessoas precisam desse analgésico, uma espécie de morfina emocional, para "aliviar as dores", sem que tivessem coragem plena de combater o mal, cujo "poder" acaba sendo superestimado por essas pessoas. E isso as faz ficarem viciadas pela adoração a Chico Xavier, porque elas têm a ilusão de que estão emocional e vibratoriamente protegidas, o que é um grande engano.

Esse engano é tão certeiro que os seguidores de Chico Xavier estão correndo de medo, fugindo dos textos que questionam a reputação "superior" do suposto médium. Textos que revelam dados negativos, mesmo com provas consistentes, são evitados, e o número de leitores é muito raquítico, pois a maioria foge de tanto pavor.

Essas pessoas se revoltam diante da revelação mais verídica. A própria Codificação alerta para sensações semelhantes de pavor, associadas ao orgulho, sob o qual as paixões religiosas lhes fornecem as máscaras mais enganadoras. Sob as paixões religiosas, os piores instintos humanos são dissimulados diante da falsa impressão de humildade, simplicidade e altruismo que não existem de forma natural naqueles que endeusam Chico Xavier.

Pois vejamos o que nos diz, de maneira certeira, O Livro dos Médiuns, no Capítulo 20 - Influência Moral dos Médiuns, na questão 228, que se relaciona à imperfeição moral dos médiuns, mas podem também ser aplicada àqueles que prestam adoração fanática a um suposto médium:

228. Todas as imperfeições morais são portas abertas aos Espíritos maus, mas a que eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é essa a que menos a gente se confessa a si mesmo. O orgulho tem posto a perder numerosos médiuns dotados das mais belas faculdades, que, sem ele, seriam instrumentos excelentes e muito úteis.

Tornando-se presa de Espíritos mentirosos, suas faculdades foram primeiramente pervertidas, depois aniquiladas, e diversos se viram humilhados pelas mais amargas decepções.

O orgulho se manifesta, nos médiuns, por sinais inequívocos, para os quais é necessário chamar a atenção, porque é ele um dos elementos que mais devem despertar a desconfiança sobre a veracidade das suas comunicações. Começa por uma confiança cega na superioridade das comunicações recebidas e na infalibilidade do Espírito que as transmite. Disso resulta um certo desdém por tudo o que não procede deles, que julgam possuir o privilégio da verdade.(5)

O prestígio dos grandes nomes com que se enfeitam os Espíritos que se dizem seus protetores os deslumbra. E como o seu amor próprio sofreria se tivessem de se confessar enganados, repelem toda espécie de conselhos e até mesmo os evitam, afastando-se dos amigos e de quem quer que lhes possam abrir os olhos. Se concordarem em ouvir essas pessoas, não dão nenhuma importância às suas advertências, porque duvidar da superioridade do Espírito que os guia seria quase uma profanação.

Chocam-se com a menor discordância, com a mais leve observação crítica, e chegam às vezes a odiar até mesmo as pessoas que lhes prestam serviços.

Favorecendo esse isolamento provocado pelos Espíritos que não querem ter contraditores esses mesmos Espíritos tudo fazem para os entreter nas suas ilusões, levando-os ingenuamente a considerar os maiores absurdos como coisas sublimes.

Assim: confiança absoluta na superioridade das comunicações obtidas, desprezo pelas que não vierem por seu intermédio, consideração irrefletida pelos grandes nomes, rejeição de conselhos, repulsa a qualquer crítica, afastamento dos que podem dar opiniões desinteressadas, confiança na própria habilidade apesar da falta de experiência – são essas as características dos médiuns orgulhos.

Necessário lembrar ainda que o orgulho é quase sempre excitado no médium pelos que dele se servem. Se possui faculdades um pouco além do comum, é procurado e elogiado, julgando-se indispensável e logo afetando ares de importância e desdém, quando presta o seu concurso. Já tivemos de lamentar, várias vezes, os elogios feitos a alguns médiuns, com a intenção de encorajá-los.

Diante desses ensinamentos urgentes, entende-se o medo com que os seguidores e simpatizantes de Chico Xavier têm diante de textos que lhe mostram aspectos negativos aqui e ali. E isso mostra o quanto as paixões religiosas deixam as pessoas no terreno do medo, menos seguras e enganadas, achando que estão protegidas quando estão abrigadas pela mistificação e pela fantasia.

Fora dela, elas vivem o pesadelo de ver a verdade derrubar suas ilusões, uma a uma. Daí que quem adora Chico Xavier é mais inseguro, medroso e covarde do que se imagina, na medida em que preferem a fantasia do que o esclarecimento, por mais doloroso que este seja. Se a verdade age contra Chico Xavier, seus adeptos não gostam, preferindo a mentira confortável e agradável.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Espiritismo, no Brasil, é reduzido a uma religião de louvor

O igrejismo com que foi tratado o Espiritismo, no Brasil, é muito mais grave do que se imagina e muito mais danoso do que se pode parecer. A catolicização, defendida sob o pretexto de que o Brasil expressa as tradições da religiosidade cristã, impossibilitou a compreensão correta da temática espírita, substituída por valores místicos e uma suposta fraternidade igrejeira que em nada resolve os conflitos humanos existentes. Tudo virou uma religião de mero louvor. Apesar das bajulações a Allan Kardec e da interpretação errada de suas ideias, seus ensinamentos nem de longe são sequer cumpridos e só eventualmente eles servem apenas para serem expostos de maneira distorcida e tendenciosa, de forma a temperar a vaidade explícita mas nunca assumida dos palestrantes e "médiuns". A adoração a Francisco Cândido Xavier, um sujeito de sórdida trajetória - ele se ascendeu às custas de pastiches literários lançados para provocar sensacionalismo - mas depois promovido a um semi-deus e

Com Espiritismo, brasileiros levam gato por lebre, sem saber

Nunca o Roustanguismo foi tão bem sucedido quanto no Brasil. O nome de Jean-Baptiste Roustaing, ou J. B. Roustaing, cujo sobrenome é considerado um palavrão por uma parcela do "movimento espírita", é desconhecido do grande público, mas seu legado foi dissolvido como açúcar em comida salgada e muitos acreditam que um roustanguismo repaginado é "espiritismo de verdade". Como o Roustanguismo teve no Brasil seu terreno mais fértil? Porque o igrejismo roustanguiano, apesar de oficialmente renegado na retórica "espírita", foi inteiramente seguido, descontado apenas alguns pontos incômodos, como os "criptógamos carnudos" (reencarnação humana em forma de animais, plantas ou vermes) e o "Jesus fluídico" (tese de que Jesus de Nazaré nunca passou de um fantasma "materializado")? Os brasileiros não gostam de serem informados de que o Espiritismo que aqui existe é deturpado e comete desvios doutrinários em relação à doutrina francesa

Como explicar, no Brasil, a deturpação do Espiritismo?

A vexaminosa cobertura dos 150 anos de morte de Allan Kardec atentou para uma grande omissão de uma informação importante. A de que o Espiritismo, no Brasil, foi desenvolvido desviando-se dos ensinamentos originais do pedagogo francês. Nem mesmo a BBC Brasil, sucursal da estatal britânica que, na sua equipe brasileira, prima por escrever bons textos de informação abrangente e senso investigativo, se encorajou a cobrir a deturpação do Espiritismo, se limitando a fazer, na prática, um press release  da "Federação Espírita Brasileira". Até o termo "espiritismo à brasileira", que denomina a deturpação, foi apenas mencionado sem que seu significado fosse sequer citado vagamente. A imprensa brasileira, mesmo a de esquerda, praticamente age em silêncio, salvo raras exceções, quanto à deturpação do Espiritismo. Poucos têm a coragem de alertar que a chamada "catolicização do Espiritismo" não é um fenômeno acidental nem ele é resultante de uma "saudável i