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Mostrando postagens de março, 2019

Chico Xavier e FEB apoiaram golpe de 1964 e ditadura militar

O "espiritismo" brasileiro, mesmo com seus recentes surtos reacionários dos últimos cinco anos, sempre carregou uma imagem "progressista", tendenciosamente construída por conta do envolvimento, em tese, dos "espíritas" com a suposta assistência ao povo pobre, que garante adoração aos chamados "médiuns", transformados em "sacerdotes" dessa estranha religião que traiu seu aparente precursor Allan Kardec. Pois o "espiritismo" brasileiro sempre professou um conservadorismo que só de 2016 para cá passou a ser visto com surpresa pelos esquerdistas. Eles ficaram iludidos com o "espiritismo", embora essa religião nunca tenha sido jamais aliada dos movimentos de esquerda, tendo recorrido a ela só eventualmente através de uma respeitosa, porém fria, cordialidade. É até estranho esse clima do tipo "nerd apaixonado pela cheerleader  que o ignora" que faz os esquerdistas se sentirem fascinados pelo "espiritis

O "fiado espírita" e o "estelionato moral"

Dois aspectos negativos são observados pelo moralismo do "espiritismo" brasileiro, que oficialmente não se conhece. São o "fiado espírita" e o "estelionato moral", que mostram o nível do moralismo punitivista que a doutrina de raiz roustanguista que prevalece no Brasil promove, sem que seus seguidores consigam ter a menor ideia disso. O "fiado espírita" consiste na atribuição de que pessoas podem cometer crimes e faltas graves em suas vidas e poderão sair impunes ou suavemente punidos durante toda a encarnação, porque só poderão sofrer as consequências na próxima encarnação. É uma "moratória" na qual se supõe, dentro da perspectiva criminalista da reencarnação, que o responsável por erros abusivos sirva de "instrumento" para as desgraças que se acumulam, sem controle, na vida dos oprimidos. A medida é sutilmente defendida pelos pregadores "espíritas", que sempre pedem aos oprimidos aceitarem os abusos dos agres

Doutrina Espírita original rejeitaria "profecia" da Data-Limite

Uma grande prova do caráter mistificador e deturpador de Francisco Cândido Xavier está acontecendo este ano, quando a sua suposta profecia da "data-limite" atinge o ano final especulado, que é o de 2019. Tendo antecipado a sua suposta profecia, sobretudo em alguns de seus livros e na entrevista ao programa Pinga Fogo, da TV Tupi, em 1971, Chico Xavier cometeu um grave desserviço à humanidade ao dar seu pitaco com a ânsia de ser creditado como o "Nostradamus brasileiro", numa de suas inúmeras pretensões arrivistas. A chamada "profecia da Data-Limite" é um horror. Fala-se de uma catástrofe que atingiria o Hemisfério Norte, como suposta punição para ações belicistas, que depois seria compensada com a vinda de extra-terrestres tidos como "missionários" em pretensa missão de salvar a humanidade e garantir ao Brasil a (discutível e perigosa) posição de "coração do mundo" e "pátria do Evangelho". Segundo relatos que Chico Xav

Confirmado: Espiritismo, no Brasil, é repaginação do Catolicismo medieval

A constatação é certeira e confirmada pelas próprias ideias. O que se conhece como Espiritismo, no Brasil, nunca teve realmente a ver com o que oficialmente se atribui, um suposto respeito aos postulados doutrinários originais, trazidos no século XIX pelo pedagogo Allan Kardec. Esses postulados nunca foram devidamente respeitados na sua íntegra, sendo mais bajulados do que seguidos. O que se conhece como Espiritismo é, na verdade, uma repaginação do Catolicismo medieval, que foi introduzido no Brasil, durante o período colonial, pelos catequistas da Companhia de Jesus, os chamados "jesuítas". Em Portugal, nos séculos XVI e XVII, o Catolicismo ainda mantinha práticas medievais, como a Inquisição e as condenações perversas das queimas humanas em praça pública, sob o pretexto de expurgar a sociedade de pessoas hereges que cometeram "desvios aos ensinamentos cristãos" (eufemismo para a desobediência à supremacia da Igreja Católica). Nessa época, vigoraram as at

A perversidade "espírita" diante das humilhações vividas pelo sofredor

Parece lindo quando estórias de moral religiosa falam de pessoas que enfrentaram uma avalanche de desgraças, humilhações, ameaças e tragédias e, depois, sobrevive com algum relativo benefício, dentro daquilo que muitos consideram ser "estórias de fé, perseverança e superação". O "espiritismo" brasileiro se apoia nessas estórias e boa parte da sociedade brasileira acha lindo ouvir tais dramas humanos, sob a desculpa de se alegrarem com a superação dos outros. No entanto, mal conseguem saber essas pessoas da sua própria hipocrisia e falta de humanismo. A postura é totalmente desumana. Sem que as pessoas que adotam essas posturas saibam, elas estão se divertindo com o sofrimento dos outros. A constatação lhes choca, as pessoas reagem dizendo que só estão "admirando grandes exemplos humanos". Mas embora as pessoas digam que "não importa o sofrimento, importa é que a pessoa hoje está feliz", a ideia oculta é inversa: "não importa se a pess

Sofrimento extremo: o lado cruel do que se conhece como Espiritismo no Brasil

Diferente da embalagem bastante atraente, modesta e pretensamente moderna, o que se conhece como Espiritismo no Brasil tem, na verdade, um conteúdo extremamente lamentável. E, por incrível que pareça, em praticamente todos os aspectos. A doutrina igrejeira se afastou dos postulados kardecianos originais, trocando-os pela Teologia do Sofrimento, corrente do Catolicismo medieval. E isso influi bastante na moral "espírita" que se adota no Brasil, bastante retrógrada e extremamente severa e cruel. Esse moralismo consiste em pedir a quem sofre e acumula desgraças a aceitar tudo com resignação, ou então se sacrificar acima dos limites para obter uma compensação menor e abaixo do esperado. As recomendações sempre vão para pedir para que ninguém reclame, ninguém questione e até para orar se deve fazê-lo em silêncio. Isso é bom? Não, não é. E quem imagina que esse moralismo é herdado das chamadas "filosofias orientais", sobretudo a tese macabra do "inimigo de s

Erosão doutrinária faz do "espiritismo" brasileiro virar "contos de fadas para adultos"

Com o afastamento dos postulados espíritas originais, em troca de um igrejismo convicto, embora nem sempre assumido no discurso, o "espiritismo" brasileiro vive uma grande erosão doutrinária, reduzido a um arremedo de consultório emocional e distribuição de donativos trazidos por outras pessoas. Sem poder convencer o público com "psicografias" de conteúdo duvidoso - recentemente foi publicada uma mensagem fake  atribuída ao espírito do ator Domingos Montagner - e sem resolver as contradições entre seu igrejismo e os ensinamentos da Codificação, o "espiritismo" brasileiro sucumbiu à mesmice de suas próprias escolhas. Dessa maneira, o "espiritismo" brasileiro se limita, hoje, aos apelos moralistas e religiosos de sempre - "mude-se a si mesmo", "acredite na vida", "ame a Deus" etc - , sem poder produzir algo digno da herança da Codificação, reduzindo a Doutrina dos Espíritos a um engodo mistificador sem qualquer s

Caso Amauri Xavier desmente tese de que "espiritismo" brasileiro não prega o ódio

AMAURI XAVIER, SOBRINHO DE CHICO XAVIER. A revelação de uma reportagem de Manchete, de 09 de agosto de 1958, intitulada "Chico Xavier é um mistificador", lança na Internet o antigo caso de Amauri Xavier e a verdadeira história do sobrinho do famoso "médium" Francisco Cândido Xavier, que resolveu denunciar o próprio tio e prometer fazer uma devassa no "movimento espírita" há 61 anos. O caso é o seguinte. Amauri Xavier era conhecido como um "aspirante a médium" que lia livros e escrevia poemas desde a infância. Chico Xavier o via como um sucessor e Amauri havia realizado várias obras poéticas tidas como "psicografadas" e tinha até livros prontos para publicação. O depoimento de Amauri traz suspeitas quanto à ganância do "movimento espírita" em querer que ele fizesse as "psicografias", e o jovem não aguentava tantas pressões, uma vez que se angustiava em ter que fingir estar recebendo diversos grandes escritores:

O problema da adoração "saudável" aos "médiuns falíveis"

Virou tendência, nos últimos tempos, dizer que os chamados "médiuns espíritas" devam ser admirados de forma "saudável", dentro do que definem como "limites de suas imperfeições". Os "médiuns" agora não têm mais "superpoderes", não são "salvadores da pátria" nem "semi-deuses", mas "criaturas humanas, imperfeitas e falíveis", passíveis de "cair e cometer erros". Essa tendência é difundida sobretudo pelos "isentões espíritas", pessoas que se gabam em defender um suposto equilíbrio, o "equilíbrio do joio e do trigo", uma tendência que está muito de acordo com o cenário social e político em que vivemos, com a banalização do erro trazida tanto pelas redes sociais quanto pelo cenário político de Jair Bolsonaro, seus ministros, filhos e aliados. Essa tendência da banalização do erro parece uma solução que, supostamente, expressaria autocrítica e humildade nas pessoas, mas é, na v

"Isentões espíritas" não se interessam pela fidelidade à Doutrina Espírita

FALSO EQUILÍBRIO ENTRE VERDADE E MENTIRA. Não nos deixemos iludir com o discurso "equilibrado" que os "isentões do Espiritismo" disparam nas redes sociais, sob a desculpa de tornar o debate sobre a deturpação espírita "mais imparcial". Apesar dos apelos do tipo "tem que ouvir o outro lado", "tem que verificar melhor se a psicografia não teria também indícios de autenticidade", essas falácias só servem para abafar o debate, encerrar discussões em pontos nebulosos que incomodam os "isentões". O discurso dos "isentões" é sempre feito para paralizar discussões. Eles falam da "necessidade de conhecer o outro lado" não porque realmente defendem essa necessidade, mas porque eles adotam um discurso de "neutralidade" para deixar tudo como está. Como muitos problemas são complexos, eles têm medo de que o avanço dos debates possa pôr em risco paradigmas e totens consagrados. Observando bem o que vário

Pretensas psicografias subestimam inteligência dos brasileiros

Vamos parar para pensar um pouco e deixar de lado adorações e fantasias que a permissividade da fé religiosa estimula como um "universo paralelo" em que os devaneios se colocam acima dos fatos e do realismo da lógica. Deixemos de lado as paixões religiosas que "santificam" arrivistas, tomam como "progressista" um moralismo ultraconservador e "trocam" os órgãos para atividades humanas, atribuindo o ato de pensar ao coração e o ato de ouvir aos olhos. Deixemos de lado essa "idiotia autorizada" que ocorre sob a máscara da fé. Lembrando do Espiritismo francês de Allan Kardec, nos informamos que ele havia estudado, de maneira bastante crítica, o recreio das "tábuas Ouija" e das "mesas girantes", fenômenos que ocorreram na França do Século XIX. A paranormalidade era um fenômeno incipiente, e não raro era pretexto de muitos farsantes para iludir as pessoas e ganhar dinheiro com isso. Kardec também foi aos EUA, pagan

A perigosa tese do "inimigo de si mesmo"

Um dos maiores cacoetes do moralismo retrógrado que contamina o "espiritismo" brasileiro é a falácia do "inimigo de si mesmo". Trazida por inspiração de correntes menos evoluídas do pensamento chinês, a ideia de "combater o inimigo de si mesmo" peca por transformar a existência humana numa espécie de "batalha". A ideia é punitivista, e nem de longe traduz a necessidade do progresso humano. Ela é um desvirtuamento do sentido de abandonar a acomodação e a zona do conforto, e soa bastante cruel pelo seu enunciado, mesmo que ele seja descrito como uma metáfora. No moralismo "espírita", aliás, há uma grande confusão de sentidos literais com metáforas. O que um pregador "espírita" diz de maneira taxativa ele depois recua, tentando convencer que "não era bem aquilo que ele quis dizer". É até gozado ver esses pregadores desmentindo ao que eles mesmo disseram na véspera. Para uma religião que deturpou Allan Kardec, faz

"Espiritismo" não triunfa sob pesadas críticas

Um terrível cacoete que o "espiritismo" brasileiro adota é dizer que as críticas duras que recebe "são uma excelente propaganda" dessa doutrina deturpada que existe no Brasil. Arrogantes, seus palestrantes e articulistas costumam dizer coisas como "É muito bom receber esses comentários bastante negativos porque eles assim divulgam a nossa doutrina". Grande engano. Isso não é bom. Não adianta adotar a tática do "fênix-pavão" e achar que, sob uma chuva de pedras, voltará glorioso depois de terrivelmente derrotado. A arrogância "espírita", que combina vitimismo com triunfalismo, tenta se fazer prevalecer com essa postura, ao mesmo tempo presunçosa e hipócrita. Temos que admitir que o "espiritismo" brasileiro virou uma colcha de retalhos dos piores erros que a espécie humana pode cometer, desde crimes que cidadãos comuns cometem e botam na conta dos "espíritos obsessores" até obras literárias fake  que usam falsas