POUCOS PERCEBEM, MAS CHICO XAVIER TINHA UM SEMBLANTE ESPIRITUAL MUITO NEGATIVO.
Nascido há 109 anos, Francisco Cândido Xavier é o único brasileiro beneficiado por uma blindagem na qual mesmo seus piores erros, mesmo quando admitidos, não comprometem a idolatria fanática que cerca sua figura, "santificada" por motivações bastante confusas nas quais os apelos emotivos chegam aos níveis do absurdo e da complacência mais permissiva.
Há um grande medo em questionar o mito de Chico Xavier. Ele se tornou o "canto-de-sereia" brasileiro, o qual exerce sobre os brasileiros uma perigosa e nociva fascinação, por envolver práticas traiçoeiras de dominação mental, associadas à técnica do love bombing, o "bombardeio de amor".
Essa técnica, o "bombardeio de amor", traz apelos bastante agradáveis, mas bastante traiçoeiros. São apelos de profunda beleza e atos que simulam uma afetividade intensa, tudo feito para dominar e manipular as pessoas. É uma espécie de "cavalo de Troia" emocional, na qual os mais lindos apelos, que chegam a causar choros por comoção, são na verdade armadilhas terríveis que escravizam a alma de cada pessoa que acaba se entregando a sentimentos obsessivos doentios.
Se observarmos bem a trajetória de Chico Xavier, ele sempre apreciava essas técnicas de manipulação mental. Foi isso que o fez seduzir e dominar o filho de Humberto de Campos, o produtor de TV Humberto de Campos Filho, que antes havia processado o "médium" mineiro, com a mãe e seus irmãos, por causa da usurpação do nome do seu já falecido pai. Foi por esse episódio que Chico Xavier foi colocado no banco dos réus, causando grande repercussão na época, em 1944.
Chico Xavier não pode ser visto apenas como "médium imperfeito", um eufemismo que serve para manter sua idolatria, sem as atribuições perfeccionistas anteriormente adotadas. Ele cometeu barbaridades e só os desvios doutrinários em relação ao Espiritismo que ele cometeu servem para defini-lo como desonesto e até traidor, não por ter sido "espírita desde criancinha" (Xavier, na verdade, sempre foi católico ortodoxo), mas por assumir uma missão que não teve interesse em cumprir.
Ele fez "psicografias" irregulares que comprovadamente apresentam problemas em aspectos pessoais dos supostos autores espirituais, que vão desde estilos de linguagem até detalhes pessoais, inclusive caligrafias. São aspectos negativos que revelam desonestidade, assim como a participação de Chico Xavier em fraudes de materialização, incluindo provas, através de imagens, da cumplicidade do "médium" com o caso de Otília Diogo.
E por que ninguém questiona Chico Xavier? Por que esse medo tão grande? Há aspectos a considerar que fazem com que ninguém tenha coragem de pôr em xeque seu mito. Destaquemos os principais:
1) ILUSÃO PELA APARÊNCIA - O que faz, por exemplo, as pessoas sentirem ódio profundo pelo ex-presidente Lula, preso por motivações políticas diante de acusações infundadas, é a aparência física do ex-sindicalista, considerada "agressiva". No entanto, o petista é famoso por ter feito um governo de promissora inclusão social. Em contrapartida, o esperto Chico Xavier se deixou valer pela aparência de caipira ingênuo e, depois, de idoso frágil, para iludir a opinião pública.
2) SUPOSTA CARIDADE - A "caridade" de Chico Xavier é um dos mitos muito fortes, os quais são desprovidos de provas consistentes e se baseiam em clichês do Assistencialismo religioso, uma ação de baixos resultados sociais, que não ameaçam os privilégios dos mais ricos e também não superam de maneira expressiva a pobreza humana. Pelo contrário, essa "caridade" de resultados medíocres serve mais para a promoção pessoal do "benfeitor", no caso o "médium", através do bom-mocismo.
3) SUPOSTO CONTATO COM OS MORTOS - O que faz Chico Xavier ser temido é sua alegação de que "falava com os mortos". Consta-se que isso não passava de uma paranoia pessoal, marcada pela esquizofrenia, doença mental que teria marcado a vida do "médium". Chico Xavier dizia que os mortos "recorriam a ele de maneira espontânea", o que é uma invencionice, pois tal declaração carece de qualquer tipo de fundamento. Mas o truque funciona e dá um poder pessoal no suposto médium.
4) TÉCNICA PERIGOSA DO "BOMBARDEIO DE AMOR" - O "bombardeio de amor" é uma técnica traiçoeira de dominação psicológica. Consiste em simular apelos de beleza e de afetividade profundos, que fazem as pessoas ficarem emocionalmente envolvidas e se tornarem escravas do manipulador emocional. Pois Chico Xavier usou o "bombardeio de amor" para dominar as pessoas e garantir, para si, a adoração que ainda envolve sua pessoa.
Há tantos outros aspectos, e sobretudo resultantes de um contexto de atraso social muito profundo. Só para se ter uma ideia, o mito de Chico Xavier trabalhado nos últimos 40 anos foi originalmente bolado, com base no que o inglês Malcolm Muggeridge fez com Madre Teresa de Calcutá, para servir de cortina de fumaça para a crise da ditadura militar e evitar a sua decadência.
Propagandista da Teologia do Sofrimento, o que pode ser comprovado pelas próprias palavras de Chico Xavier (mesmo aquelas creditadas supostamente a "autores espirituais"), ele foi um dos baluartes do pensamento ultraconservador brasileiro, mas sua roupagem "espírita" lhe dava a falsa impressão de ser uma pessoa "moderna, futurista e progressista", mesmo quando suas ideias faziam apologia ao trabalho exaustivo e a conformação com o sofrimento extremo.
A fascinação obsessiva dos seguidores de Chico Xavier - mesmo quando eles admitem imperfeições do "médium" - os impede até de ler textos questionadores, incluindo denúncias graves e com provas, o que faz com que sua figura se torne uma das mais traiçoeiras do Brasil, tendo sido o pior tipo de arrivista, capaz de se proteger pelo verniz de "caridade" para manter o seu legado de deturpação e desvios doutrinários contra o Espiritismo original trabalhosamente desenvolvido por Allan Kardec.
Infelizmente, o legado de Allan Kardec se arruinou no Brasil, na medida em que a deturpação doutrinária prevalece, de maneira persistente e feita através de mil artifícios, blindando uma figura estranha e bizarra como o suposto médium Chico Xavier, que em sua obra chegou a cometer graves desvios doutrinários facilmente identificáveis pela literatura kardeciana. A fascinação obsessiva faz muitos terem medo de questionar o "médium", apesar de provas desfavoráveis a ele.
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